A produção de soja, milho feijão e arroz do Rio Grande do Sul na safra 2009/10 deverá ser superior a 21 milhões de toneladas, apesar da redução na produção de arroz, reflexo do fenômeno El Niño e do excesso de chuvas que danificaram algumas lavouras, principalmente no mês de janeiro. Essas precipitações impactaram negativamente também na produção de feijão nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Santa Maria e Estrela.
Em comparação à safra passada é importante fazer três destaques. Primeiro: naquele período, em 2009, o RS passava por uma estiagem, diferente da safra atual, em que as precipitações estão acima da média. Segundo: os custos de produção estão menores. Terceiro: os preços dos produtos nesta safra estão menores com exceção do arroz. Reforçando o último ponto, na semana os preços do milho e da soja tiveram uma queda que 2,8% e 3,26%, respectivamente, em relação à semana anterior. Além disso, esses preços estão 23,32% e 19,91% menores, se comparados com o mesmo período do ano passado.
O fenômeno El Niño vem beneficiando a cultura do milho e da soja que deverá atingir produção superior a do ano passado. O milho apresenta 15% da área já colhida e 49% se encontra entre a fase de enchimento do grão e a fase de colheita. Esse percentual de desenvolvimento da lavoura do milho aponta que grande parte da cultura já está fora da fase crítica. Para a soja as próximas semanas serão determinantes, visto que, a maior parte das lavouras se encontram na fase de floração e enchimento do grão. O que se espera com a manutenção das chuvas no Estado é um aumento na produtividade dessas culturas.
Se analisarmos o balanço para o Estado, temos duas variáveis positivas que são a manutenção da estimativa de produção inicial com ganhos na produtividade para o milho e a soja e a redução dos custos de produção. Mas, também temos duas variáveis negativas que são a redução dos preços da soja, do milho e do feijão e a queda na produtividade do arroz.
Se levarmos em consideração o cenário apontado, a equação final deverá apresentar resultados positivos e negativos. Variando de um extremo, onde para um grupo de produtores, as variáveis positivas se destacaram, a outro extremo, para outro grupo de produtores onde essas variáveis não serão suficientes para deixar uma margem de ganho positiva. Por isso, o equilíbrio das contas ainda é incerto e deverá contar com o auxílio do tempo até a fase final das culturas, assim como, de uma boa estratégia de comercialização para minimizar e/ou viabilizar o equilíbrio das contas.
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