A imprensa debruçou-se esta semana sobre os estragos causados pelas chuvas e temporais que assolaram o Estado nos últimos dias. Além da tragédia humana, com o desabamento da ponte sobre o rio Jacuí, no município de Agudo, e que teve ampla repercussão nacional, os veículos estamparam em suas manchetes os prejuízos causados em milhares de propriedades rurais. A situação mobilizou prefeituras, Defesa Civil, Emater e Brigada Militar, na tentativa de levantar os estragos e socorrer de imediato as comunidades afetadas.
Na agricultura as perdas foram consideráveis, em termos de região afetada – vales do Taquari, Rio Pardo e Depressão Central - embora no todo do Estado, representaram um percentual pequeno, não abalando as anunciadas expectativas de produção. Mais de 80 municípios contabilizaram algum tipo de prejuízo em um universo de cerca de 38.500 propriedades rurais.
No Vale do Taquari foram grandes as perdas na lavoura do milho e na produção de leite devido à ausência de energia elétrica, o que impossibilitou as atividades de ordenha e armazenagem. Na Depressão Central, os alagamentos acarretaram em perdas no arroz e nas lavouras de fumo e feijão. Fora os prejuízos com a agricultura e a criação de animais houve também os de infraestrutura como falta de energia elétrica, obstrução de estradas, destruição de armazéns e galpões, entre outros.
Destarte a impiedade do tempo sobre o RS, foi rápida a resposta do Governo do Estado no sentido de minimizar as perdas e o drama das famílias que sobrevivem da agricultura familiar. A Emater/RS desencadeou uma operação para levantar os prejuízos e auxiliar as prefeituras na elaboração dos laudos para os casos em que seja necessário decretar estado de emergência, na busca de recursos junto ao governo federal e também para que os agricultores possam solicitar o seguro agrícola e tomar novos empréstimos.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio e a Secretaria de Obras Públicas enviaram máquinas aos municípios afetados pelas enchentes. Os equipamentos auxiliam no desbloqueio de rodovias, terraplanagem, desassoreamento de rios e outras ações. Além disso o Governo do Estado estendeu o prazo do Programa Troca-Troca de Sementes.
O tempo tem sido impiedoso com o Estado. Primeiro um inverno muito frio, depois uma primavera chuvosa que causou atraso no plantio das culturas de verão e perdas na cultura do trigo. É preciso estar preparado para enfrentar mudanças climáticas. É nesse sentido que a governadora Yeda Cruisus deu posse esta semana aos representantes do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas.
Já que não podemos erradicar os desastres naturais porque eles fazem parte da geodinâmica terrestre, ao menos adotemos atitudes que minimizem seus efeitos danosos. Planejar é essencial. O fórum é isso, um espaço permanente de discussões que tem por objetivo sugerir medidas para que o RS se prepare para enfrentar as mudanças climáticas. Uma ação mais que necessária.
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