segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Feijão sofre prejuízos, mas mantém expectativa de produtividade

O estado do Rio Grande do Sul é um tradicional produtor de feijão. Já cultivou 260.000 ha em 1970 e hoje chega a 84.000 ha na safra, sem considerar a área de safrinha. Esse grão, rico em proteínas, fibras e vitaminas, já foi essencial na mesa dos brasileiros e, embora tenha excelente valor nutricional, vem apresentando diminuição no consumo, perdendo espaço para outros tipo de alimentos, não tão benéficos à saúde.


Essa mudança é consequência, principalmente, do ritmo de vida da população, marcado pela correria do dia-a-dia e por excesso de compromissos que acabam impedindo o cultivo de hábitos mais salutares. Não sobra tempo para gastarmos na cozinha preparando a nossa própria refeição e assim acabamos sendo forçados a mudar também nossa alimentação. Pelos inúmeros benefícios que traz à saúde do organismo, a saída é estimular o consumo do prato de resistência da população brasileira: o tradicional arroz com feijão.

Na agricultura, o plantio da safra de feijão 2009/10 iniciou com atraso, principalmente, devido ao prolongamento da estação fria, que se estendeu praticamente até o final de agosto. Posteriormente tivemos uma primavera e um início de verão caracterizados pelo excesso de chuvas, o que acarretou danos por erosão e algumas doenças na lavoura. Isso, no entanto, não diminuiu significativamente a expectativa inicial de produtividade, considerando todo o território gaúcho. Essa expectativa aponta para 1.170 kg/ha com estimativa de produção no momento, de 98.000 toneladas. Vale ressaltar que temos mais de 60 % da cultura fora do período crítico (florescimento/ enchimento de grão). Na mesa dos gaúchos, uma coisa é certa, se depender da produção, feijão não vai faltar.

Apesar da projeção otimista, é importante destacar que nossos escritórios municipais das regiões administrativas de Santa Maria, Passo Fundo e Estrela informaram perdas significativas por excesso de chuvas, na primeira quinzena de janeiro. Diante desse contexto, recomendamos que o agricultor apresse o processo de colheita e secagem e, principalmente, que armazene bem o produto, uma vez que na outra ponta, a da comercialização, os preços continuam muito baixos, ainda mais, se comparados com os do ano passado. No mesmo período, em 2009, o produtor recebia R$ 134,00 pelo saco de 60 kg enquanto hoje o preço fica em torno de R$ 60,00.

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