sexta-feira, 8 de janeiro de 2010


Mudamos ou perecemos


Vivemos uma época de acontecimentos inusitados que se manifestam pelo aumento da frequência e da intensidade dos desastres naturais e por grandes problemas na área de produção de alimentos. Estamos em um cenário de urbanização descontrolada, desmatamento de encostas, retirada de mata ciliar, ocupação de várzeas inundáveis, topos de morros e áreas de banhado. Por causa disso presenciamos a alteração dos microclimas das regiões, a acidificação dos oceanos, o derretimento do gelo, a perda da biodiversidade e da geodiversidade, a poluição química e sonora.

Não podemos erradicar os desastres naturais porque eles fazem parte da geodinâmica terrestre, mas podemos direcionar nossas ações com medidas que minimizem seus efeitos danosos. Urge mudarmos o rumo na forma de explorar os recursos naturais e viver a sustentabilidade que tanto alardeamos, apoiando um crescimento econômico que não deteriore o ambiente. Há dois caminhos: educação ambiental e emprego de novas tecnologias que reduzam os impactos negativos das atividades humanas.

A educação ambiental é o instrumento essencial para formar e informar cidadãos quanto a seus deveres e direitos sobre o ambiente e deve estar orientada para o desenvolvimento de sua consciência crítica com relação à conservação e à adequada utilização dos recursos naturais em níveis local, regional e global.

Já as novas tecnologias, como o Sistema de Informações Geográficas (SIG) e o Sistema de Posicionamento Global (GPS), as geotecnologias, estão a serviço do homem e possibilitam gerar e produzir dados e informações úteis ao planejamento territorial, identificar e avaliar fenômenos geográficos, como desastres naturais, com o propósito de antever cenários e evitar perda de vidas e prejuízos socioeconômicos, culturais e ambientais.

A sociedade necessita de gestores, empresários e educadores que façam planejamentos estratégicos, que projetem cenários e que possuam visão holística e integrada do ambiente, no tempo e no espaço. Também precisa de uma legislação que trate de forma eficiente os abusos cometidos pelo ser humano.

É com educação ambiental e uso correto das novas tecnologias que construiremos conhecimentos para gerenciar riscos, habilidades, valores sociais, atitudes e competências voltadas à qualidade de vida que tanto queremos. Ou mudamos o rumo de nossas ações ou pereceremos em nossos próprios vestígios de destruição.



Águeda Marcéi Mezomo


Diretora Técnica da Emater/RS e Mestre em Geografia







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